Todos sabem da importância da família em nossas vidas e os valores ensinados; mas como devemos educar nossas crianças para a espiritualidade? Como falar de Deus para os “pequenos”?!
O
ambiente que somos criados influencia sobremaneira na construção da
personalidade, quem somos e quem seremos. Independente da configuração, a
família sempre será um grande alicerce na vida de todos nós. Não importa se uma
pessoa foi criada pelos pais biológicos, adotivos ou parentes. A família é a
primeira referência social do indivíduo, é o primeiro meio de socialização,
civismo e cidadania, é o elemento-chave na formação da criança.
Cada
família estabelece e prioriza seus valores de forma única. Entretanto alguns
valores são dignos de ensinar, tais como: amor, compaixão, solidariedade,
humildade, paciência, perseverança, honestidade, respeito, dentre outros.
Aqueles
que têm valores familiares fortes sentem maior facilidade para tomar decisões,
porque têm em suas mentes informações claras a respeito do que consideram certo
e errado e de suas prioridades. Também se tornam pessoas mais confiantes, já
que possuem suporte, segurança e bem estar emocional.
É
pelos nossos exemplos que ensinamos. Apesar de o diálogo ser de extrema importância,
é através dos exemplos, de fato, que a pessoa aprende a conduta que deve seguir.
E para tanto, quando estamos inseridos num contexto de espiritualidade e temos
uma religião, estas se complementam, podemos assim dizer que a religião seria a
“institucionalização da espiritualidade”. Não basta apenas criarmos nossos
filhos para serem boas pessoas, ensinar-lhes o bem, e relativizar a fé
tornando-a uma experiência meramente subjetiva.
A espiritualidade
é uma necessidade humana, quando vivenciada é agente de bem-estar,
é refrigério pra alma, nos traz esperança, conforto e saúde podendo estar ou
não relacionada a uma vida religiosa. No entanto, como cristãos
e católicos, precisamos inserir nossas crianças na vida litúrgica educando-os
nos preceitos dos sacramentos, portanto, não se trata apenas de viver a
espiritualidade, a intimidade com Deus “O papai do céu”.
O
amor é a força motora para compreendermos o “Divino, o Sagrado: Deus”, e nada
mais convincente e verdadeiro do que falar de Deus apresentando seu filho amado
Jesus Cristo. Ao falarmos de Deus comecemos pela apresentação de Jesus, quem é
e como foi sua vida e seus ensinamentos quando habitou entre nós.
Apenas
falarmos de Deus e colocarmos nossas crianças na catequese, é preciso que
vivenciemos nossa fé no contexto familiar e diariamente. A religião é uma
instituição humana, para vivermos de maneira saudável em todas as dimensões é
preciso conscientizar de que o homem é um ser espiritual, que tendo ou não uma
religião, todos buscamos um sentido para nossas vidas. E isso nos capacita para
lidarmos com as dificuldades, enfermidades, vícios, tristeza, angústia,
depressão, e tantos outros sentimentos que corroem nossa fé.
Assim, a religião
auxilia as crianças a se tornarem adultos bem-sucedidos. Quando temos a
presença de uma religião em nossas vidas, as muitas dificuldades da humanidade
fazem toda uma diferença em nossa maneira de pensar e agir. Quando nossos
filhos forem confrontados diante de decisões difíceis, suas crenças religiosas
podem dar-lhes uma razão para tomar a decisão certa.
Trata-se de um espaço
para meditação, falarmos de Deus e termos uma religião nos ajuda a cultivar a
prática da meditação, o que não só nos dá uma breve elevação emocional, mas às
vezes um profundo senso de clareza e significado. Dá-nos a visão de como
abordar as questões pessoais, e problemas da vida por meio das escrituras e
figuras religiosas, o próprio Cristo, através da bíblia concede-nos “ferramentas
e habilidades” para encontrar “respostas”.
Em nossas igrejas, congregações,
sermões, homilias, e passagens bíblicas, vemos inúmeros exemplos de pessoas que
não desistem de desafios e não deixam que as dificuldades as atrapalhem,
tornam-se resilientes.
Um relacionamento com
Deus reforça a confiança, nos ajuda a compreender a nós mesmos, nos conecta com
a maior fonte de amor e ancora em nossas vidas, é bom que seus
filhos comecem a conhecê-la desde pequenos.
À
hora de dormir é um bom momento para rezarmos com as crianças. Explique coisas
básicas, falando a linguagem deles, de acordo com a idade. Teremos crianças com
muitos “porquês”, muitos questionamentos, respondam de maneira segura e
tranquila. Evite respostas como “Porque sim. Porque Deus quis”. Isso não
responde nada, não sana as dúvidas e acaba criando uma falta de conexão da
criança com a fé, com Deus.
É preciso que as crianças saibam que existem muitas crenças
no mundo e outras religiões, mas não podemos desrespeitar quem não tem uma
religião ou não crer em Deus. Ao tratar deste assunto, não devemos
criar um ambiente de esoterismo, misticismo ou fantasioso, isso só complica o
entendimento da criança. Não apresente um Deus inatingível e nem recriminoso.
Deus é AMOR!
Também não podemos tratar este assunto como uma
aula, e muito menos passar essa responsabilidade para uma instituição
educacional. Se a sua crença e ou religião não coaduna com a instituição, é
ilusório responsabilizar a escola para dar formação que é de responsabilidade
familiar. Por isso, matricule seu filho numa escola que seja
da mesma religião que a sua, uma escola confessional.
Ensine e estimule seu filho a rezar,
orar, ou meditar, sempre ao acordar (levantar) e ao dormir (deitar). Aproveite este momento para ensiná-lo a fazer uma auto-avaliação
do seu dia: O que fez de bom; em que pode melhorar; o que fará melhor amanhã;
agradecer o dia de hoje.
Finalizando, falar de Deus com nossos filhos requer de nós
pensarmos como está nossa relação com Ele, como é a minha compreensão, crença e
fé. Dê a benção a seus filhos sempre!
LEMBRE-SE: NOSSAS PALAVRAS EMANAM O QUE O NOSSO CORAÇÃO ESTÁ CHEIO!
Gisella Souza Almeida
Conheça um pouco mais sobre Gisella Souza Almeida:
- Possui graduação em Pedagogia pela Universidade Federal de Goiás - UFG;
- Especialização em Psicopedagogia;
- Mestrado em Educação Brasileira a Linha de Pesquisa-Inclusão Especial pela Universidade de Goiás;
- Atua como professora formadora em cursos de Especialização na área de Educação Especial, e presta Assessoria Pedagógica com temas relacionados em Educação Inclusiva e Gestão Escolar.