“Pregar através das mídias sociais é como navegar em mar aberto, porque se encontra todo tipo de pessoa.” Com essas palavras o sacerdote da Arquidiocese de Ibagué, na Colômbia, padre Cristian Camilo Cárdenas Aguirre, ressalta – numa nota da Conferência Episcopal Colombiana – que a Igreja local, durante os meses de contágio do coronavírus, também reconheceu a importância de intensificar o acompanhamento espiritual da população através do apoio tecnológico alcançando, via internet, várias circunscrições eclesiásticas do país, as comunidades forçadas ao isolamento após as medidas sanitárias adotadas pelo governo.
Desse modo, as redes sociais tornaram-se cada vez mais fundamentais neste tempo de crise, representando um dos canais de informação mais utilizados pelos sacerdotes.
Um ponto de referência para o sacerdote sempre foi, não apenas nestes dias de crise, a passagem extraída do Evangelho de Lucas na qual o Senhor convida a ir ao mar e lançar as redes. Um modo de evangelizar que vem sendo realizado há cerca de quatro anos, enriquecido a cada semana por uma reflexão em formato vídeo sobre a Palavra.
“Comecei no Facebook, depois continuei no YouTube e no Instagram”, explica ele. “Durante esta pandemia, as pessoas tiveram mais tempo para estar em redes sociais, com a necessidade de mais acompanhamento, o que fez de modo com que a reflexão se desse todos os dias.”
“A pandemia nos fez entender que as redes sociais tinham que ser inundadas pelo Evangelho porque se a Igreja não o fizer outras pessoas o farão, mas com outros tipos de conteúdos.”
“Em meio à tragédia, ela foi capaz de se atualizar sobre esse aspecto. Já é claro que o púlpito do séc. XXI é constituído pelas redes sociais, e embora possamos ter um grande público, mas nem sempre muito receptivo, são em todo caso espaços que ganharemos”, conclui.
Daí, o convite do prelado a realizar projetos e objetivos que sejam “claros, estimulantes, e que ponham as comunidades locais em movimento, pois nossa tarefa é tornar possíveis novos inícios de fé, favorecê-los e acompanhá-los num clima de humildade e espírito de serviço”.
Só assim será possível, reitera, “alcançar um novo alvorecer, a superação da pobreza, a reconciliação, a fraternidade e a fé dos povos”, tornando-se verdadeiros “missionários da esperança” para aqueles que vivem na desolação e na vulnerabilidade.
(L’Osservatore Romano)
